Vídeo Games


XBOX ONE


A Microsoft começa esta nova geração com um grande desafio: mostrar ao mundo que todas as incertezas sobre o Xbox One ficaram no passado. Depois de meses de polêmicas e reestruturações, o console finalmente chega ao mercado com uma proposta um pouco diferente. Em vez de apenas aprimorar aquilo que já tínhamos, a empresa apostou em novos conteúdos e formas inéditas de interagir com o aparelho. Ela quer quebrar o estigma de que vídeo game é coisa de criança para transformá-lo na peça central de sua sala de estar.

Console.

Uma decisão arriscada, mas nada assustadora. Afinal, desde que entrou no mercado de jogos, a Microsoft vem surpreendendo ao transformar apostas de risco em grandes sucessos. Desde sua estreia com o primeiro Xbox ao lançamento de sucesso do Xbox 360, a companhia já provou estar mais do que pronta para a nova geração.

Por isso, o Xbox One é visto como algo muito maior do que apenas um novo console. Ele é a evolução de algo que começou em 2001 — evolução essa que pode ser vista em diversos pontos, seja no controle, na interface e, é claro, do novo Kinect, que agora é muito mais poderoso que antes.
E diante de tantas controvérsias, o sistema chega às lojas quase como um azarão. Criticado pela falta de títulos, foco excessivo em recursos multimídia e políticas restritivas, o One não só mostra que essas preocupações ficaram para trás como ainda traz um aparelho bastante completo e versátil.

Controle.

O melhor controle da geração. A pegada é ótima, evolução daquilo que a própria Microsoft apresentou com o Xbox 360. Apesar de ainda usar pilhas, não há mais aquela protuberância na parte traseira, fazendo com que seja muito melhor segurá-lo. Ele ainda é mais pesado que o DualShock 4, mas isso não é um problema — muito pelo contrário. Ele é confortável e tê-lo em mãos é bastante natural.

O layout dos botões continua praticamente o mesmo, com exceção do Botão Xbox, que foi colocado no topo do joystick e sem o formato arredondado clássico, ficando bem mais discreto. Além disso, o Back e Start também foram substituídos, dando lugar aos novos Visão (na forma de quadrados) e Menu (simbolizado pelos traços paralelos), que executam basicamente as mesmas funções, apenas com nomes diferentes.
Os direcionais analógicos também foram melhorados. Apesar de manterem o mesmo formato, com a superfície côncava, as alavancas receberam um revestimento de borracha texturizado nas laterais, quase como um pequeno pneu de carro. O curioso é que ele não cobre a parte superior do pino, criando uma pequena barreira que dificulta o deslizamento do dedo durante o uso.
Os botões superiores também foram redesenhados, ficando mais largos e se encaixando melhor nos dedos. Tanto os gatilhos quanto os botões de ombro podem ser facilmente acessados por qualquer parte do dedo, independente da maneira como você segura o controle.

Kinect.

Todo o conceito do Xbox One foi construído com base no novo Kinect. Para isso, a Microsoft havia anunciado que seria obrigatório ter o dispositivo conectado ao console para realizar qualquer tarefa, até mesmo games que não utilizam essa função.

Após tantas reclamações, a Microsoft voltou atrás e removeu a obrigatoriedade do periférico. Entretanto, como ele acompanha o console, não existe motivo para não querer que o dispositivo esteja ligado o tempo todo, principalmente depois que você conhece as facilidades e recursos do gadget.
O novo Kinect agora utiliza um sensor infravermelho para detectar os movimentos. Isso garante que ele pode enxergar no escuro, algo que o primeiro modelo não conseguia fazer muito bem. A nova lente também permite que o aparelho seja utilizado em ambientes mais estreitos, uma ótima novidade para quem não tem muito espaço na sala de casa.
Antes de começar a utilizar o sistema, é preciso realizar uma série de ajustes no aparelho. Para fazer isso, um guia completo explica passo a passo o que precisa ser feito para garantir o perfeito funcionamento do dispositivo, incluindo posição da câmera e ajuste de volume. A configuração inicial do console oferece essa opção, mas, caso você tenha pulado, é possível acessá-la novamente através das configurações do console.
O Kinect tem um papel fundamental na navegação pela interface do Xbox One. Entretanto, a Microsoft parece ter deixado um pouco de lado o controle por gestos, pelo menos por aqui. Embora ele esteja disponível em algumas seções, a experiência com o Xbox 360 tem mostrado que, talvez, esse não seja o jeito mais eficiente de navegar pela interface.
Por outro lado, a empresa melhorou — e muito — os sistemas de reconhecimento do acessório, fazendo com que ele seja capaz de identificar seu rosto e voz com bastante facilidade e rapidez.

 Interface.



A interface do console não é somente uma evolução daquela presente no Xbox 360. A forte influência do Windows 8 também se faz presente no Xbox One, assim como a utilização do sensor Kinect, que está fortemente integrado no coração do aparelho.
A Microsoft já havia anunciado que seria preciso realizar uma atualização inicial antes de poder utilizar o console, o que aconteceu devido às mudanças na política de utilização do aparelho. Felizmente, a empresa investiu pesado em servidores e essa atualização, apesar de grande, é feita rapidamente e sem maiores inconvenientes. Durante o processo, não notamos qualquer lentidão ou travamentos.
A configuração inicial é bem simples. Tudo é muito bem explicado e sem complicação: telas passo a passo indicam o que precisa ser ajustado até que você possa começar a se divertir. Após a realização de todas essas etapas, o console mostra um vídeo com tudo o que o console tem a oferecer. É uma recepção completa, com trailers de jogos e novos recursos para apresentar o Xbox One.

 Jogos.


E já que estamos falando dos games, não podemos deixar de citar o belo “arsenal” que a Microsoft trouxe para este início de geração. Apesar de serem apenas quatro títulos exclusivos de peso, eles mostram muito bem para que o Xbox One veio.

A principal estrela deste início de geração é Forza Motorsport 5. Um dos primeiros títulos a serem anunciados para a plataforma é também um dos mais bonitos. O game mantém a qualidade de seus antecessores e se aproveita muito bem do poder do aparelho para trazer um visual de cair o queixo —rodando a uma taxa fixa de 60 quadros por segundo, o que deixa tudo bem estável em qualquer situação. 


No entanto, o grande destaque das corridas não está nas pistas, mas nos controles. Graças ao novo sistema de vibração do One, a imersão ao pilotar uma das grandes máquinas é ainda maior. Você consegue sentir a tração em cada um dos lados do veículo, assim como a vibração do motor e os trancos ao trocar de marcha. É uma experiência bem diferente daquela que estamos acostumados a ver (e sentir), mas que engrandece o título e amplia sua imersão.
Por fim, temos o tão comentado Ryse: Son of Rome. Desenvolvido pela Crytek, ele é uma bela demonstração do poder de fogo do Xbox One. A modelagem dos personagens está incrível e repleta de detalhes que ajudam a tornar tudo mais crível e impressionante. É possível perceber os sinais de pele de cada um dos heróis, as marcas de batalha e até mesmo movimentos corporais mais sutis, como o engolir de saliva durante uma cena de diálogo. São pequenas coisas que fazem com que o épico romano seja grandioso. É o título que melhor aproveita o hardware do console e nem mesmo o fato de ele não ser Full HD tira seu brilho.
O único ponto é que ele é muito mais uma demonstração técnica do que um jogo de verdade, já que sua jogabilidade é bem limitada e muito repetitiva — o típico “bonitinho, mas ordinário”. Ainda assim, uma ótima forma para entrarmos nesta geração e animar os entusiastas que esperavam encontrar um salto significativo nesse período de transição.



Vale a pena?


Se o anúncio do Xbox One foi rodeado de dúvidas, seu lançamento não poderia ser mais repleto de certezas. A Microsoft acertou ao trazer um aparelho bastante completo e cheio de possibilidades, fazendo com que o sucessor do Xbox 360 fosse não apenas um ótimo vídeo game, mas também uma central de entretenimento; um elemento de unificação.
Por mais que você considere os aplicativos e a parte multimídia apenas um detalhe, não vai demorar para perceber o quão útil é tê-los à disposição. A TV pode não ser tão fundamental quanto prometido inicialmente, mas ajuda a dar volume para tudo o que o console oferece. É o tipo de recurso que não fazia falta antes de aparecer, mas, depois que você conhece, é difícil deixar de lado.
Assim como o PlayStation 4, o Xbox One ainda tem um longo caminho a trilhar. Este é apenas o início de vida do console e muita coisa deve mudar ao longo dos próximos anos. Ainda assim, depois de tantas incertezas e receios, a Microsoft conseguiu criar uma ótima impressão neste primeiro momento. Ela apostou no conceito de convergência e, apesar dos tropeços iniciais, mostrou que foi uma decisão acertada exatamente por fazer com que o aparelho fosse muito mais do que um video game. Como prometido, o Xbox One tem tudo para se tornar o coração de sua sala de estar.

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